Sarapatel é daqueles pratos que despertam emoções. Para alguns, amor à primeira garfada. Para outros, surpresa e curiosidade diante de um sabor tão marcante. Afinal, estamos falando de uma iguaria nordestina carregada de história, tradição e personalidade.
Na sequência da nossa jornada pelos Sabores do Brasil 360, chegamos ao terceiro dia celebrando mais uma receita icônica do Nordeste. O sarapatel, aliás, é o tipo de prato que divide opiniões, mas nunca passa despercebido. Com um preparo que envolve miúdos de porco e um tempero apurado, ele reflete fielmente a força e a criatividade da cozinha popular nordestina.
Primeiramente, vale destacar que o sarapatel tem origem lusitana. Os portugueses já o preparavam com miúdos e sangue cozido, e a receita acabou sendo adaptada no Brasil, especialmente nas regiões Norte e Nordeste. Entretanto, aqui ganhou sabores ainda mais intensos, com o uso de pimentas, vinagre, limão e cheiro-verde.
Conforme a receita foi sendo passada de geração em geração, cada família criou sua própria versão do sarapatel. Embora os ingredientes principais sejam parecidos, os modos de preparo variam — e isso torna a experiência ainda mais rica.
Sobretudo, o sarapatel é mais do que uma refeição: é uma celebração. Servido em festas, almoços de domingo ou como tira-gosto acompanhado de uma boa cachaça, ele ocupa lugar de destaque na mesa nordestina.
Comece lavando bem os miúdos com vinagre e limão. Em seguida, leve ao fogo com água por alguns minutos apenas para escaldar. Escorra e pique tudo em cubos pequenos.
Enquanto isso, aqueça uma panela grande com óleo ou banha. Refogue a cebola, o alho, o pimentão e o tomate. Acrescente os miúdos picados e misture bem. Logo depois, adicione o colorau, cominho, pimenta e o sal.
Então, cubra com água e cozinhe em fogo médio por cerca de 40 minutos, ou até o caldo reduzir e os miúdos ficarem bem macios. Finalize com cheiro-verde picado e sirva quente, preferencialmente com arroz branco ou farinha de mandioca.
Surpreendentemente, mesmo quem tem receio de experimentar miúdos pode se surpreender com o sabor rico e o tempero equilibrado do sarapatel.
Inclusive, para quem não curte o sabor mais forte do fígado, é possível usar mais coração e menos fígado, mantendo a autenticidade do prato.
Salvo raras exceções, a receita tradicional leva sangue coagulado, mas atualmente muitos cozinheiros preferem omitir esse ingrediente — sem prejuízo ao sabor final.
E você, já experimentou um bom sarapatel?
Amanhã seguimos com mais uma delícia nordestina aqui na série Sabores do Brasil 360. Fique por aqui, porque ainda tem muita receita boa vindo por aí!
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